RESPOSTA DO SINDICATO DE SAÚDE REGIONAL DE BONFIM POR MARA LISBOA


Quando o vereador vai à mídia tentando denegrir minha imagem, caluniando-me, entendo que esta pessoa não sabe nada sobre minha vida: sou filha de pais falecidos, Antônio Alves de Lisboa e Davina Ferreira dos Santos, vim de uma família humilde e honesta, de pessoas trabalhadoras e de caráter. Eu, Maria Ferreira de Lisboa e Lima, mais conhecida como Mara Lisboa (apelido dado carinhosamente pelos meus colegas do Hospital em 1985, ano que comecei a trabalhar lá), trabalhei como babá e doméstica na minha infância e adolescência, com muito orgulho, estudei e consegui formar-me como técnica de enfermagem e atualmente estou me graduando no curso de Serviço Social, entretanto, nunca perdi minha origem, nunca me esqueci de onde vim, nunca fiz algo ilícito para sobreviver.
Em 1994, quando o IBAPS colocou o senhor Albertino Fernandes na direção do Hospital, que administrava de forma esdrúxula, com arrogância e prepotência (assim como o atual diretor), nós, trabalhadores, não aceitamos essa forma de administrar e fundamos a Sub-Delegacia do SINDI+SAÚDE aqui em Senhor do Bonfim. Isto foi motivo para travarmos uma batalha judicial, onde estiveram envolvidas as seguintes instituições: Justiça do Trabalho, Juiz Ruivinha; Justiça Comum, Dr. Marcelo; Delegacia Regional do Trabalho, Drª. Edésia e Drª. Aline (médica do trabalho). Nesta época, eu dei uma entrevista para a Rádio Caraíba, no programa do radialista Tito Rocha, dizendo como o HDAM estava sendo administrado pelo diretor, isso fez com que eu fosse afastada, perseguida, tratada como marginal, por estar buscando direitos para toda categoria. Fiquei 5 anos afastada das minhas funções como técnica de enfermagem.
Retomei minhas funções no hospital em agosto de 1999, quando fui reintegrada pela Justiça do Trabalho, pois não havia no processo nada além de perseguição político-sindical. Em 2001, o senhor Robério assumiu a direção do hospital, que já contava com vários problemas deixados pelo diretor anterior, entretanto, por ser uma pessoa educada e ouvinte, os problemas com os trabalhadores foram debatidos em várias mesas de negociações, foram discussões internas. Em 2003, a direção do hospital foi assumida pelo senhor Márcio Pereira, ele fez uma péssima administração, porém, por ser integrante do IBAPS, foi mantido, mesmo com sua gestão sendo questionada pelos trabalhadores. Em 2006, uma instituição de Salvador tentou assumir a direção do hospital, na pessoa do senhor Almir, todavia, não deu certo porque havia boicote de membros do IBAPS, ficando apenas 4 meses na direção.
Ainda no ano de 2006, o senhor Márcio Pereira reassumiu o HDAM, a situação piorou de forma insustentável, levando os trabalhadores a fazerem uma manifestação pública, com carro de som e carta aberta a população. Em 2007, a Prefeitura Municipal, gerida pelo senhor Carlos Brasileiro, iniciou a intervenção no hospital, quem assumiu a direção foi o senhor Wellington Lobo, este ficou conhecido pelos trabalhadores por ser um déspota, arrogante, com quem não havia diálogo, nesta época, o diretor hospitalar foi alvo de várias denúncias dos trabalhadores ao Secretário de saúde, ao Prefeito Municipal e ao IBAPS. Em 2008, ainda na gestão municipal do senhor Carlos Brasileiro, um novo diretor assumiu o HDAM, foi o senhor Ivo Santiago, que também ficou conhecido pelos trabalhadores por ser um ditador, arrogante, com quem não havia diálogo, não recebia trabalhadores nem sindicato, motivo pelo qual no mês de dezembro, devendo bastante aos trabalhadores, principalmente os retroativos de convenções coletivas (no valor de R$ 153.000 reais), estourou a primeira greve dos trabalhadores do HDAM, tendo duração de 4 dias. O mediador da greve foi o atual prefeito, Prof. Paulo Machado.

Em 2009, por conseqüência da greve, o senhor Lourenço assumiu a direção do hospital, tratando os trabalhadores com respeito e dignidade que merecem, ele acatou e respondeu a todas as reivindicações feitas na greve. Em 2010, o hospital passou para a direção da senhora Riana, mais uma déspota, arrogante, prepotente, que não ouvia trabalhador nem sindicato, ela foi alvo de várias denúncias pelo sindicato ao Prefeito Municipal e a Secretária de Saúde da época, senhora Gorete Braz, como é possível comprovar na carta aberta (abaixo) espalhada para a população bonfinense, pelo SINDI+SAÚDE.

Hospital Dom Antônio Monteiro pode parar se trabalhadores não forem respeitados

O SindiSaúde reafirma seu compromisso em buscar soluções negociadas para resolver as questões trabalhistas. Isso se chama responsabilidade e compromisso social. Lidamos com saúde, com vidas e prezamos o nosso trabalho, porém, sem salários em dia e respeito a cada trabalhador, temos que partir para todas as formas de luta.
No Hospital Dom Antônio Monteiro, cuja razão social IBAPS - Instituto Bonfinense de Assistência e Promoção Social, não será diferente.
A importância dessa instituição é muito grande para toda a região de Senhor do Bonfim, em especial para a população mais carente, pois 98%, em média, dos atendimentos são feitos pelo SUS.
Só a incompetência administrativa, gerencial e até política pode explicar uma dívida ativa, reconhecida até mesmo pela direção do hospital, em milhões de reais que precisa ser quitada para dar continuidade aos atendimentos.
Os trabalhadores do hospital, representados pelo SindiSaúde, mais uma vez dizem que não podem e não vão pagar por uma crise que não causaram. Queremos nossos salários atrasados, o 13º salário, respeito profissional e todos os demais direitos assegurados por lei.
Neste primeiro momento exigimos o pagamento de todos os débitos trabalhistas, porém, em futuro breve devemos discutir o critério, ou a falta dele, para a escolha dos diretores do hospital.
Parece que o único pré-requisito para ser nomeado gestor do Hospital Dom Antônio Monteiro é a falta de capacidade administrativa e “ser amigo do rei”. Queremos um gestor, um administrador que entenda o que deve e o que precisa ser feito.
É necessário especialista, principalmente na área de finanças e gestão de pessoas. Nos últimos anos, cada diretor que passou pelo Hospital ajudou a colocá-lo na situação que ele encontra-se hoje. Cada um contribuiu de forma decisiva, com sua inaptidão. Chegamos agora ao fundo do poço e os trabalhadores, que não são os responsáveis por erros administrativos, exigem receber tudo o que é devido.
Queremos o imediato pagamento de todos os débitos trabalhistas; fim do desmando administrativo; que a prefeitura e o IBAPS tenham responsabilidade e se conscientizem da importância do hospital para a região; fim das perseguições e maus tratos aos funcionários.
Se não houver acordo, só resta aos trabalhadores do Hospital Dom Antônio Monteiro o caminho da greve! A vitória será nossa se tivermos um comportamento solidário, coletivo, onde todos, unidos, busquem o bem comum que é o de assegurar os nossos direitos e manter uma instituição de saúde com grandes e importantes serviços prestados funcionando e dando orgulho a todos nós.

Vamos à vitória! Atendimento de nossas reivindicações, já! Greve se nada for negociado!
Exigimos:
1- Pagamento dos salários atrasados.
2- Pagamento retroativo do reajuste salarial da categoria que não foi repassado desde agosto quando do fechamento da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).
3- Pagamento do 13º salário como prevê a legislação trabalhista.
4- Fim do desrespeito aos trabalhadores que chega perto do assédio moral.
5- Melhor condição de vida e trabalho para os funcionários com um atendimento digno à população bonfinense e da região.

Assembléia geral dia xx de dezembro, às xx horas, no xxxxx

Devido a esta carta aberta, fui chamada ao gabinete do senhor prefeito, este ainda filiado ao Partido dos Trabalhadores, que estava na companhia da Secretária de Saúde, para esclarecer o teor da mesma. O esclarecimento que dei foi o seguinte: sou sindicalista autêntica e tenho que lutar pelos direitos da categoria que represento. Nesta ocasião, deixei meu cargo municipal à disposição do prefeito.
Desde que tornei-me delegada sindical, a luta tem sido constante, independente dos diretores que passaram pelo HDAM ou dos partidos políticos que são representados por eles. A direção do SINDI+SAÚDE é composta por 32 diretores, somos livres e democráticos, temos o direito de nos filiarmos a qualquer partido político ou de não nos filiarmos a nenhum, por este motivo não fazemos conchavos políticos com nenhum gestor, não somos pelegos.
Em todos esses anos de lutas e conflitos entre IBAPS – Prefeitura – Trabalhadores, onde estava este vereador, que nunca registrou os acontecimentos da cidade que representa? Ou será que trabalhadores não fazem parte de sua agenda política? Será que trabalhadores só são tratados como gente na hora do voto, vereador?
Eu, Mara Lisboa, trabalho dentro do hospital, conheço a realidade de todos e sei o que se passa por lá. Eu jamais iria sair na mídia fazendo promessas vazias, como a feita no final do mês de novembro, em que o tal vereador prometeu um repasse de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) à Prefeitura Municipal, para que fosse pago o 13° dos trabalhadores do HDAM, enchendo os trabalhadores de expectativas e ilusão. Ao invés de cumprir com o prometido, a maior parte do tal dinheiro supracitado serviu para a compra de uma Amarok, a Câmara Municipal devia estar precisando mesmo de uma 4x4, não é mesmo vereador?
Antes de tentar denegrir minha imagem de trabalhadora e sindicalista, tente conhecer a minha história, posso mandar a minha biografia para você, é só pedir. Vereador vá ganhar um salário de R$ 612 reais, sem ter seus direitos trabalhistas respeitados, aí sim, eu queria ver qual seria sua postura. Promessas não pagam nossas contas nem enchem nossas barrigas. Eu sempre procurei separar política sindical de política partidária, não tenho culpa se “as pessoas” misturam tudo ou se fazem de besta. Sou sim filiada ao PT há 16 anos, esta filiação se deu por motivos ideológicos, por ser o Partido dos Trabalhadores. Sou dona das minhas decisões, só devo minha cabeça a Deus, não sou hipócrita, sou sindicalista autêntica.

Saudações sindicais,

Mara Lisboa
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