Há mulheres fortes, mulheres que nunca desistem da luta, e que vivem o desafio do dia-a-dia como se tudo começara naquele momento. Esta descrição cabe muito bem a uma jovem mãe guerreira que aprendi a admirar em nossa terra. Estou falando de Maria Cristina da Silva Carvalho, filha de Raimundo Felipe da Silva, o maestro Popó e de Dona Helena Souza Silva, nascida na significativa e simbólica Rua do Bandeira, aos 26 de abril de 1964.
Já a conheci como Técnica de Enfermagem no Hospital Regional Dom Antonio Monteiro, no 2º Centro de Saúde, e por último no 1º Centro de Saúde de Senhor do Bonfim. Recebi-a algumas vezes em meu gabinete de prefeito, e chamava-me a atenção o seu destemor, a sua garra, a forma como lutava pelo que julgava justo e digno de atenção. Nada arrefeceu esta sua determinação, mesmo nos momentos mais difíceis do mal que minava o seu corpo e resistência. Não se resignava nem mesmo diante das marcas impiedosas da quimioterapia a que se submetia. Mulher de fé, Mulher de esperança, confiava no Senhor mas sabia também que o milagre de Deus poderia vir pelos saberes da ciência. Foi assim, com o seu consentimento, que mandamos buscar nos Estados Unidos um medicamento que poderia aliviar os seus sofrimentos e dores.
Senhor do Bonfim, ao recordar os filhos que fizeram da resistência o seu pão de cada dia, há de se lembrar daquela menina nascida em casa, no velho Bandeira, das mãos da parteira Mãe Luizinha, esposa do saudoso João José. Uma menina idealista, servidora, que estudou na Escola Técnica Tancredo Neves (CODETAN), concluindo ali o seu curso técnico de enfermagem. Hão de recordar e chorar o seu esposo, Petronio Santos de Carvalho; os seus filhos Petronio Santos de Carvalho Junior e Vanderlei da Silva Carvalho; os seus irmãos Clenilde Felipe; Rosenilde Felipe; Roseneide Felipe; Adalgisa Felipe; Adenilde Felipe; Raimunda Felipe e Eugenia Felipe. Ao ser pranteada, lembraremos também dos seus irmãos que a precederam na Casa do Pai: Cenilde Felipe; Celia Maria; Celina Felipe; José Sival e José Paulo.
A mensagem de seu filho Vanderlei, chegada a mim do outro lado do mar, pode ser a homenagem dos bonfinenses que tiveram a felicidade de vê-la testemunhar a coragem de viver feliz mesmo em meio às provações. Dizia-me o sofrido filho: “infelizmente meu dia das mães foi diferente de todos os outros... em pleno dia das mães a mulher da minha vida (MÃE), partiu para a Glória, uma dor irreparável e uma situação difícil de lidar, mas naquele dia se cumpria a Missão da minha guerreira aqui na terra... Exemplo de mulher, de irmã, de amiga, de esposa, de superação, de filha, GUERREIRA, enfim, exemplo de MÃE... Grato a DEUS por todos os seus ensinamentos para comigo, meu irmão e a todos que conviviam ao nosso redor...’’
Gratos somos nós, Vanderlei da Silva Carvalho, pelo exemplo de vida e de força que ela nos deixou, sem jamais desanimar, sem jamais desfalecer. Obrigado, Guerreira Maria Cristina da Silva Carvalho!
Paulo Machado
Montreal, Canadá, 15 de maio de 2014
CRISTINA CARVALHO: UMA CHAMA QUE NÃO SE EXTINGUE
Netto Maravilha
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