Quem transita pelo bairro Luiz Eduardo Magalhães (conhecido por Alto do Cigano), nas mediações da Escola Raio de Sol e da Estratégia de Saúde da Família (ESF) desse território, defronte-se com um cenário caótico de agressão ambiental e de flagrante colisão com as políticas de saúde e de saneamento básico que se esperam do município
Como as ações de limpeza e de desobstrução do canal (que não possui estrutura de pedra e de piso para o curso do esgoto) não são realizadas com regularidade, ocorre o acúmulo de dejetos sólidos que, por serem menos densos, ficam acima dos esgotos líquidos, provocando mau cheiro, mosquitos e decompositores de diversas ordens, como urubus.
Com as chuvas, o esgoto fica "limpo". Mas, após elas, o ciclo recomeça. Com efeito, não podemos depender exclusivamente da natureza e de trombas d´água que, na medida em que levam o esgoto para longe, com as fortes correntezas, também amedronta e vulnerabiliza ainda mais a comunidade local
Assim, os moradores do bairro e áreas adjascentes vivem uma das suas piores crises de saneamento básico, em que pese a incipiente implementação de esgotamento sanitário iniciado no município há alguns meses.
Diversos contatos já foram feitos com a Prefeitura, com o fito de buscar solução para esse caso, imperando o silêncio da administração, restando, portanto, imperioso buscar o apoio dos veículos de jornalismo comprometidos com as demandas da comunidade. Inclusive foi aberto expediente no Ministério Público da Bahia sob o IDEA 003.9.60716/2023, para apuração dos fatos acima aplacados. Idosos, crianças, trabalhadores, enfermos que residem no local estão sendo constrangidos a viver sob essas condições desumanas e de violação ambiental por inação do poder público.
Chega!
Não bastassem os riscos da falta de estrutura do canal, que impõe perigo iminente à infraestrutura das residências locais, esse desserviço do poder público em relação a esse gravíssimo problema social penaliza os munícipes, precipuamente, os moradores do alto do cigano, a viver sob condições extremas de desequilíbrio ambiental. Já passou da hora de a prefeitura parar de justificar sua omissão na ausência de recurso, orçamento e de corte de repasses.
Há dinheiro sim, está faltando colocar o interesse popular e da comunidade como prioridade. Por fim, não se pode olvidar que a fé sem ação costuma falhar, conforme Tiago 2:26: "A fé sem obras é morta".
Senhor do Bonfim/BA, 04/03/2024.
Associação dos moradores do bairro Alto do Cigano
Nossa reportagem manteve contato com a superintendente de maio ambiente, que informou tratar de assunto da pasta da infraestrutura, já o setor da infraestrutura recebeu a carta dos moradores do Alto do Cigano e não nos remeteu nenhuma resposta até o presente momento.
Blog do Netto Maravilha